“ O inferno são os outros”. A partir desta máxima do existencialismo é que o espetáculo se constrói. Utilizando fragmentos de Entre 4 paredes de Sartre e de Fando e Liz de Arrabal, traça-se uma linha entre existencialismo e absurdo. O espetáculo questiona as relações do indivíduo, à manipulação a que o homem está submetido, à visão distorcida da sociedade provocada por conceitos equívocos e a dificuldade na comunicação: esferas que provocam conflitos. É uma leitura do olhar do outro, que recusa a passividade do espelho que apenas reproduzO ser humano é julgado freqüentemente, tanto pelos outros quanto por ele mesmo. Ele é um espelho da sociedade em que vive. E a visão que os outros têm dele mesmo pode transformar seu habitat num inferno.Mas antes do pré-conceito que é submetido pelos homens há o primeiro julgamento: o próprio julgamento. E é pelos seus próprios parâmetros que ele começa a julgar os outros. O inferno não são os outros, somos nós mesmos.
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